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Heitor Freire

Dos Vírus

Um termo que acabou se tornando familiar para a grande população mundial, devido à última pandemia, foi “vírus”. Mas o que são esses organismos tão pequenos e tão influentes, que possuem material genético? E, no caso do coronavírus, tão destrutivo, que deixou milhões de famílias sem a presença de seus entes queridos, de uma forma muito arrasadora.

Os vírus são seres muito simples e pequenos, formados basicamente por uma cápsula proteica envolvendo o material genético, que, dependendo da categoria, pode ser o DNA, RNA, ou mesmo os dois juntos. A palavra vírus vem do latim e significa fluído venenoso ou toxina, segundo a Wikipédia.

A chamada “mãe das pandemias”, a gripe espanhola foi uma pandemia provocada por uma mutação do vírus da gripe que levou à morte de mais de 50 milhões de pessoas, afetando grande parte da população do planeta entre os anos de 1918 e 1920, durante a primeira guerra mundial. Ela foi tão fatal que no Brasil daquela época vitimou até o presidente da República, Rodrigues Alves, que veio a falecer. Sabe-se que ela teve origem por uma mutação do vírus Influenza (H1N1), que se espalhou das aves para os humanos.

O coronavírus – que tem esse nome por ter o formato de uma coroa – até hoje matou cerca de 6 milhões de pessoas em todo o mundo, em uma população de 7 bilhões de habitantes.

Esses vírus tão pequenos são visíveis apenas nos microscópios dos laboratórios. Mas são organismos vivos.

Desde os primórdios da humanidade, outros vírus invisíveis, mas tão ou mais deletérios quanto os seres visíveis, permanecem causando dor, sofrimento e morte, sem cessar. Me refiro à atitude tóxica de algumas pessoas. Esses “vírus” metafísicos atuam de forma silenciosa porque emanam dos sentimentos e dos comportamentos das pessoas, como o ódio, a indiferença, a inveja, a maldade, o ciúme etc.

É contra esses vírus que devemos trabalhar para alijá-los dos cenários humanos. E isso só se consegue por meio de uma ação consciente, embasada sobretudo no amor.

De todos os atos do ser humano, há um que destila um veneno mortal: a indiferença. O oposto do amor não é o ódio, é a indiferença.

Uma pessoa indiferente, que cultiva esse sentimento para com os demais, geralmente é fria e desprovida de empatia. Para ela, os sentimentos, o estado e as necessidades dos outros não importam.

Quando alguém de quem uma pessoa gosta lhe é indiferente, isso pode chegar a machucar bastante. Quando isso acontece, é o mesmo que essa pessoa indiferente dizer para a outra “eu não me importo com você”.

Mas há casos em que uma pessoa é indiferente de forma inconsciente, se afastando de suas vivências, uma vez que ela não tem a capacidade de estabelecer conexões com seus semelhantes. Assim, essa pessoa perde o interesse pelos outros e pelo mundo a sua volta.

O ser humano sabe que está tentando viver o que não é real, isto é, a fantasia, a ilusão; por esse motivo desespera-se continuamente. Sabemos que as doenças psicológicas são originadas não na realidade, mas nas ilusões e fantasias que temos que inventar a cada dia para nos sentirmos “confortáveis” e “seguros” diante do mundo. O consumismo é a maior prova dessa não realidade. O grande sofrimento advém da atitude de se tentar permanecer fora da realidade; isso equivale ao esforço de querer destruir o que existe.

O auto tormento consiste em viver a vida de acordo com a aprovação alheia. A ansiedade que caracteriza a vida moderna, em que se procura a aprovação dos outros para satisfazer um capricho pessoal, também ilusório, acaba provocando uma frustração imensa, cuja dimensão só tende a aumentar.

A verdadeira felicidade consiste em viver a própria vida. Acredito que não temos condições evolutivas de viver integralmente a plena realidade ou a verdade; portanto, necessitamos temperar a realidade com alguma ilusão, sonho ou fantasia, tal como se tempera uma comida; pois se exagerarmos no tempero, a comida se torna indigesta. Assim, cada indivíduo deveria despertar para o conhecimento; temperar a própria vida para que ela possa ser melhor experimentada e vivida. É procurar viver a vida dentro dos preceitos do amor ao próximo, com que se constrói uma base sólida e durável.

Segundo o dicionário, viver é existir, ter vida, estar com vida, enquanto conviver é ter convivência, ter intimidade, viver com outrem. Pois bem, então convivência é a ação ou o efeito de conviver; é familiaridade, reunião de pessoas que convivem em harmonia.

Não basta a ciência. É preciso consciência. Esse é um conceito que aprendi com meu saudoso Irmão e amigo Aires Gonçalves.

Assim, amigos, vamos, de forma consciente, deletar esse vírus tão destruidor.

Heitor Rodrigues Freire – Corretor de imóveis e advogado.

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