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Heitor Freire

Da Pedagogia da Encarnação

A evolução está se processando de forma muito acelerada. A velocidade das descobertas causa perplexidade, tal a imensa gama de informações que circulam a cada momento.
No início do século XX, o QI era a medida definitiva da inteligência humana. Só em meados da década de 90 a descoberta da inteligência emocional mostrou que não bastava o sujeito ser um gênio se não soubesse lidar com as emoções. O psicólogo americano Daniel Goleman é o criador do conceito “Quociente Emocional-QE”, a habilidade natural do ser humano para exprimir emoções.
Agora a  ciência começa este novo milênio com descobertas que apontam para um terceiro quociente, o da inteligência espiritual. Ela nos ajudaria a lidar com questões essenciais e pode ser a chave para uma nova era no mundo dos negócios e da vida.
Este tema sempre mereceu da minha parte uma grande atenção. Agora há pouco li um texto de autoria do dr. Fernando Paiva, médico carioca, mestre maçom, meu amigo e meu irmão,  que divulgou as informações que transcrevo a seguir:
“No livro QS – Inteligência Espiritual, lançado no ano passado, a física e filósofa americana Dana Zohar aborda esse tema que é tão novo quanto polêmico: a existência de um terceiro tipo de inteligência que aumenta os horizontes das pessoas,  as torna mais criativas e se manifesta em sua necessidade de encontrar um significado para a vida.
Ela baseia seu trabalho sobre Quociente Espiritual (QS) em pesquisas só há pouco divulgadas, provenientes de cientistas de várias partes do mundo que descobriram o que está sendo chamado ‘Ponto de Deus’ no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas, uma área que seria responsável pelas experiências espirituais das pessoas.
Tudo que influencia a inteligência passa pelo cérebro e por seus prolongamentos neurais. Um tipo de organização neural permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico. Dá a ele seu QI, ou inteligência intelectual.
O assunto é tão atual que foi abordado em recentes reportagens de capa pelas revistas americanas Newsweek e Fortune.  Afirma Dana: ‘A inteligência espiritual coletiva é baixa na sociedade moderna. Vivemos numa cultura espiritualmente estúpida, mas podemos agir para elevar nosso quociente espiritual’.
Ela é autora de oito livros, entre eles, O Ser Quântico e A Sociedade Quântica, já traduzidos para o português. QS – Inteligência Espiritual já foi editado em 27 idiomas, e lançado no Brasil, pela Record.
Segundo Dana, em entrevista à revista Exame, a inteligência espiritual é uma terceira forma de inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. Ter alto quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar a nossa capacidade espiritual para se ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direção pessoal.
O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor. O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações.
Este terceiro tipo de inteligência permite o pensamento criativo, capaz de ‘insights’, formulador e revogador de regras. É o pensamento com que se formam e se transformam as outras modalidades anteriores de pensamento. Esse tipo nos dá o QS, ou inteligência espiritual.
Segundo e autora, ‘a diferença entre QE e QS é o poder transformador. A inteligência emocional me permite julgar em que situação eu me encontro e me comportar apropriadamente dentro dos limites da situação. A inteligência espiritual me permite perguntar se quero estar nessa situação particular. Implica trabalhar com os limites da situação’.
Dana prossegue dizendo que ‘a inteligência espiritual fala da alma. O quociente espiritual tem a ver com o que algo significa para mim, e não apenas como as coisas afetam minha emoção e como eu reajo a isso. A espiritualidade sempre esteve presente na história da humanidade’”.
O tema está no ar: agora mesmo, Gilclér Regina, renomado palestrante motivacional brasileiro, em seu Boletim nº 288,  anuncia que temos quatro tipos de cérebros: o cérebro das entranhas – localizado no aparelho digestivo; o cérebro da cabeça – sede da identidade racional –, o cérebro do coração – que estimula e ajuda a responder à vida, e finalmente o cérebro do espírito, que na concepção dele se confunde com a inteligência emocional. Termina afirmando que cada um de nós já vive em equipe dentro de si mesmo.
Tudo isso serve para concluir – e  agora sou eu que confirmo segundo o meu entendimento – que a nossa encarnação é múltipla, ela não é una. Há alguns dias, em artigo escrito com o título “Da Velhice”, abordei diversas situações que mostram claramente essa constatação, por meio de práticas das tribos australianas, dos magos havaianos, dos incas, dos índios americanos Lakota,  abordando também a inteligência dos intestinos.
Ou seja, nossa encarnação tem uma pedagogia própria, por meio da qual vai nos ensinando o que realmente somos, proporcionando aos que têm olhos para ver, ouvidos para ouvir e mente para discernir a oportunidade de construirmos a nossa evolução.

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