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Heitor Freire

Dourados 78, de Marcelino, Januário e Joaquim.

DOURADOS 78, DE MARCELINO, JANUÁRIO E JOAQUIM.
Mato Grosso do Sul passa atualmente por um surto de progresso em todos os seus quadrantes. Assim, na costa leste, Três Lagoas se destaca como centro produtor de celulose e com acentuado índice de progresso. No outro extremo, Corumbá se consolida como pólo de difusão da cultura e de atividade turística de grande porte. No centro sul, Dourados, que comemorará no dia 20 de dezembro 78 anos de constante progresso, se afirma como centro universitário do mais alto gabarito, ao lado da sua crescente produção agro pastoril.
Este município que hoje é o maior do nosso estado – a capital naturalmente não conta – foi formado por um caldeamento de brasileiros das mais diferentes regiões: gaúchos, paranaenses, paulistas, mineiros e sobretudo nordestinos (aqui atraídos pela implantação da Colônia Agrícola de Dourados, iniciativa do presidente Getúlio Vargas e que se constituiu no grande pólo aglutinador de aventureiros e de pessoas das mais variadas formações). Não se pode deixar de considerar e de destacar os povos indígenas.
Os primeiros habitantes aí se fixaram a partir de 1884, formando o povoado de São João Batista do Dourados. O território do atual município de Dourados começa então a ter seus contornos com a fixação de famílias não índias no final do século XIX e início do século XX.
Em 1909, cerca de 50 pioneiros (destacavam-se nesse grupo Marcelino Pires, Januário Pereira de Araújo e Joaquim Teixeira Alves) iniciam um trabalho com o objetivo de criação de um patrimônio. Januário Pereira de Araújo construiu uma casa que seria a primeira edificação da atual Avenida Marcelino Pires.
Há várias versões contraditórias sobre a fundação do povoado inicial, mas, sem entrar em qualquer polêmica sobre o assunto, não se pode deixar de reconhecer a participação efetiva do paranaense Marcelino Pires, do mineiro Januário Pereira de Araújo e do gaúcho Joaquim Teixeira Alves. Como diz com muita propriedade o professor e historiador Hildebrando Campestrini: “Fundador não é quem chega primeiro, mas todo aquele que ajuda a organizar o povoado”. A participação da família Matos também foi de grande importância.
Marcelino Pires conseguiu, segundo alguns historiadores, através de proposta feita ao então governador, o registro da posse e teria doado em 1910, 3.600 hectares de terra para criar o patrimônio que recebeu o nome de Vila das Três Padroeiras. Com seus auxiliares, Marcelino Pires fez mais dois pedidos ao governador: criação de um Patrimônio Indígena e criação de uma Colônia Estadual.
A vila se desenvolvia quando, pelo decreto estadual de nº 30, de 20 de dezembro de 1935, foi oficialmente criado o município de Dourados, desmembrado de Ponta Porã. Tinha então uma população estimada em 20 mil habitantes.
Seu primeiro prefeito nomeado foi João Vicente Ferreira. Após a emancipação, foi administrada por uma junta formada por Nelson de Araújo, Onofre Pereira de Matos e Ciro Melo (estes exerciam a função do legislativo).
Em 13 de setembro de 1943, com a criação do Território Federal de Ponta Porã pelo presidente Getúlio Vargas, Dourados passou a integrar juntamente com os municípios de Porto Murtinho, Miranda, Nioaque, Bela Vista, Maracaju e Bonito – sendo Ponta Porã sua capital –  aquela nova unidade da Federação. Este durou apenas três anos (1943 a 1946). Em 7 de janeiro de 1947 é reintroduzido ao estado de Mato Grosso.
A Colônia Nacional de Dourados (dentre as colônias criadas pelo Governo Getúlio Vargas) foi a que mais se desenvolveu e teve destaque. Atraiu muitos brasileiros (nordestinos em especial), que não tiveram êxito em outras colônias. Graças às colônias agrícolas, Dourados teve seu desenvolvimento impulsionado, transformando a cidade em um centro agrícola nacional. A área da Colônia Agrícola de Dourados era de 409.000 hectares.
Dourados sempre se destacou pela gente aventureira, e também séria, dedicada, competente e trabalhadora que constitui a grande maioria de sua população. Pelo censo de 2010 (IBGE), a população urbana era constituída por 181.086 habitantes. População total, 196.068.
A partir de 1999, o município vive uma nova fase em termos de industrialização, principalmente no setor de processamento de cana para produção de açúcar e álcool. Várias empresas se instalam na cidade, entre elas várias concessionárias de automóveis importados (Mazda, Citroen, Peugeot, entre outras).
Em 2005 é criada a Universidade Federal da Grande Dourados, o que possibilitou a cidade fortalecer sua vocação universitária. Com ela Dourados passou a dispor de duas universidades públicas com sede na cidade, a primeira foi a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Conta também com o Centro Universitário da Unigran e um campus avançado da Uniderp/Anhanguera.
Em 6 de junho de 2006, foi inaugurado o Shopping Avenida Center. O shopping provocou a abertura, ou até mesmo, o deslocamento de unidades e filiais de lojas do Centro.
Dourados, pela competência e capacidade de sua gente, se destaca cada vez mais no cenário sul-mato-grossense. Certamente, Marcelino Pires, Januário Pereira de Araújo e Joaquim Teixeira Alves se encontram satisfeitos com a colheita abundante e contínua da semente que plantaram e que prossegue germinando num moto-contínuo.
Parabéns e vida longa para Dourados.
Heitor Freire – Vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul.

Mato Grosso do Sul passa atualmente por um surto de progresso em todos os seus quadrantes. Assim, na costa leste, Três Lagoas se destaca como centro produtor de celulose e com acentuado índice de progresso. No outro extremo, Corumbá se consolida como pólo de difusão da cultura e de atividade turística de grande porte. No centro sul, Dourados, que comemorará no dia 20 de dezembro 78 anos de constante progresso, se afirma como centro universitário do mais alto gabarito, ao lado da sua crescente produção agro pastoril.

 Este município que hoje é o maior do nosso estado – a capital naturalmente não conta – foi formado por um caldeamento de brasileiros das mais diferentes regiões: gaúchos, paranaenses, paulistas, mineiros e sobretudo nordestinos (aqui atraídos pela implantação da Colônia Agrícola de Dourados, iniciativa do presidente Getúlio Vargas e que se constituiu no grande pólo aglutinador de aventureiros e de pessoas das mais variadas formações). Não se pode deixar de considerar e de destacar os povos indígenas.

 Os primeiros habitantes aí se fixaram a partir de 1884, formando o povoado de São João Batista do Dourados. O território do atual município de Dourados começa então a ter seus contornos com a fixação de famílias não índias no final do século XIX e início do século XX. 

Em 1909, cerca de 50 pioneiros (destacavam-se nesse grupo Marcelino Pires, Januário Pereira de Araújo e Joaquim Teixeira Alves) iniciam um trabalho com o objetivo de criação de um patrimônio. Januário Pereira de Araújo construiu uma casa que seria a primeira edificação da atual Avenida Marcelino Pires. 

Há várias versões contraditórias sobre a fundação do povoado inicial, mas, sem entrar em qualquer polêmica sobre o assunto, não se pode deixar de reconhecer a participação efetiva do paranaense Marcelino Pires, do mineiro Januário Pereira de Araújo e do gaúcho Joaquim Teixeira Alves. Como diz com muita propriedade o professor e historiador Hildebrando Campestrini: “Fundador não é quem chega primeiro, mas todo aquele que ajuda a organizar o povoado”. A participação da família Matos também foi de grande importância.

Marcelino Pires conseguiu, segundo alguns historiadores, através de proposta feita ao então governador, o registro da posse e teria doado em 1910, 3.600 hectares de terra para criar o patrimônio que recebeu o nome de Vila das Três Padroeiras. Com seus auxiliares, Marcelino Pires fez mais dois pedidos ao governador: criação de um Patrimônio Indígena e criação de uma Colônia Estadual. 

A vila se desenvolvia quando, pelo decreto estadual de nº 30, de 20 de dezembro de 1935, foi oficialmente criado o município de Dourados, desmembrado de Ponta Porã. Tinha então uma população estimada em 20 mil habitantes.

Seu primeiro prefeito nomeado foi João Vicente Ferreira. Após a emancipação, foi administrada por uma junta formada por Nelson de Araújo, Onofre Pereira de Matos e Ciro Melo (estes exerciam a função do legislativo).

Em 13 de setembro de 1943, com a criação do Território Federal de Ponta Porã pelo presidente Getúlio Vargas, Dourados passou a integrar juntamente com os municípios de Porto Murtinho, Miranda, Nioaque, Bela Vista, Maracaju e Bonito – sendo Ponta Porã sua capital –  aquela nova unidade da Federação. Este durou apenas três anos (1943 a 1946). Em 7 de janeiro de 1947 é reintroduzido ao estado de Mato Grosso. 

A Colônia Nacional de Dourados (dentre as colônias criadas pelo Governo Getúlio Vargas) foi a que mais se desenvolveu e teve destaque. Atraiu muitos brasileiros (nordestinos em especial), que não tiveram êxito em outras colônias. Graças às colônias agrícolas, Dourados teve seu desenvolvimento impulsionado, transformando a cidade em um centro agrícola nacional. A área da Colônia Agrícola de Dourados era de 409.000 hectares.

Dourados sempre se destacou pela gente aventureira, e também séria, dedicada, competente e trabalhadora que constitui a grande maioria de sua população. Pelo censo de 2010 (IBGE), a população urbana era constituída por 181.086 habitantes. População total, 196.068.

A partir de 1999, o município vive uma nova fase em termos de industrialização, principalmente no setor de processamento de cana para produção de açúcar e álcool. Várias empresas se instalam na cidade, entre elas várias concessionárias de automóveis importados (Mazda, Citroen, Peugeot, entre outras).

 Em 2005 é criada a Universidade Federal da Grande Dourados, o que possibilitou a cidade fortalecer sua vocação universitária. Com ela Dourados passou a dispor de duas universidades públicas com sede na cidade, a primeira foi a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Conta também com o Centro Universitário da Unigran e um campus avançado da Uniderp/Anhanguera.

Em 6 de junho de 2006, foi inaugurado o Shopping Avenida Center. O shopping provocou a abertura, ou até mesmo, o deslocamento de unidades e filiais de lojas do Centro.

Dourados, pela competência e capacidade de sua gente, se destaca cada vez mais no cenário sul-mato-grossense. Certamente, Marcelino Pires, Januário Pereira de Araújo e Joaquim Teixeira Alves se encontram satisfeitos com a colheita abundante e contínua da semente que plantaram e que prossegue germinando num moto-contínuo.

Parabéns e vida longa para Dourados.

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