São vários e difíceis os caminhos percorridos e que nos levaram até a implantação do nosso estado.
Desde os primórdios do século XX, começou a se desenhar um anseio da população sulista do então Estado de Mato Grosso, com a divisão do estado, em virtude do total desconhecimento, por parte do governo do estado, acercas nas necessidades mais elementares da nossa região.
O governo instalado em Cuiabá só tinha olhos para a arrecadação obtida aqui e que representava 75% do total da arrecadação do estado. A pequena contrapartida destina ao sul, minguava cada vez mais, causando uma revolta crescente em nossa população.
O processo que culminou com a implantação do Estado de Mato Grosso do Sul, passou por várias etapas. No começo do século passado, os coronéis Jango Mascarenhas e João Caetano Teixeira Muzzi, aliados a um advogado gaúcho, João de Barros Cassal, egresso da revolução federalista em seu estado, iniciaram um movimento armado pretendendo a divisão do estado, que não teve sucesso.
Em 1932, foi criada no Rio de Janeiro, a Liga de Estudantes Pró Divisão do Estado, liderada por jovens mato-grossenses, que se tornaram, de pois de formados, verdadeiros bastiões da divisão. O único presidente dessa Liga foi o então estudante de medicina Ruben Alberto Abbott de Castro Pinto.
Ainda em 1932, com a eclosão da Revolução Constitucionalista, o sul de Mato Grosso se levanta em armas, solidário com São Paulo. O general Bertholdo Klinger, então comandante da circunscrição militar em Campo Grande, nomeia o dr. Vespasiano Barbosa Martins como governador do estado e parte para São Paulo para assumir o comando das tropas revolucionárias.
O governo Vespasiano Martins tem duração efêmera: de 9 de julho a 26 de setembro de 1932. Há que se destacar que esse fato não tinha intenção de dividir o estado, mas de transferir a capital de Cuiabá para Campo Grande, deslocando o eixo do poder para a nossa cidade.
Tanto é assim que todos os números do Diário Oficial editados em nossa cidade, nesse período, se referiam ao Estado de Mato Grosso. Esses exemplares, doados generosamente ao Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, pelo advogado Marcelo Barbosa Martins – neto de Vespasiano – fazem parte do acervo histórico do Instituto.
Mas a versão desse fato como divisão do estado foi tão forte e permanente, que se cristalizou como verdade histórica com o nome de Estado de Maracajú.
Em 1933, foi publicado no Rio de Janeiro, o Manifesto da Liga. Em 1935, Oclécio Barbosa Martins, um dos signatários do Manifesto, já advogado, reedita a Liga em Campo Grande, com o nome de Liga Pró Divisão do Estado. No entanto, naquele momento não houve, ainda, força suficiente para que o movimento empolgasse a população.
Na década de 70, o dr. Paulo Coelho Machado, também signatário do Manifesto, ressuscita a Liga, iniciando-se a partir daí um movimento crescente que acaba resultando na criação do Estado de Mato Grosso do Sul, dividindo o Estado de Mato Grosso, em 11 de outubro de 1977, através da Lei Complementar nº 31, sancionada pelo presidente Ernesto Geisel.
Nessa ocasião, como nossos políticos não se entendiam, o presidente Geisel nomeou o engenheiro Harry Amorim Costa, funcionário público federal, de alta estirpe, na época chefiando o então DNOS, como nosso primeiro governador.
O dr. Harry sonhou e tentou implantar um estado modelo através de um projeto sistêmico elaborado pelo economista Jardel Barcellos de Paula, secretário de sua administração, que acabou não sendo implementado porque seu governo durou apenas seis meses. Toda a sistemática e o projeto se encontram retratados no livro Utopia x Realidade, de autoria do dr. Jardel, editado e lançado neste ano pelo Instituto Histórico e Geográfico de MS.
O nosso estado, em seus 35 anos, teve sete governadores, sendo três engenheiros, três advogados e um médico. São eles,
– de 1979 a 1982: Harry Amorim Costa, Marcelo Miranda Soares e Pedro Pedrossian, todos engenheiros, nomeados pelo governo militar;
– de 1983 a maio de 1986, Wilson Barbosa Martins, advogado, primeiro governador eleito; completando este mandato, Ramez Tebet, advogado, vice-governador, até 1987.
– de 1987 a 1991, Marcelo Miranda Soares, desta vez eleito:
– de 1991 a 1994, Pedro Pedrossian;
– em 1995, volta novamente Wilson Barbosa Martins, até 1999;
– de 1999 a 2006, José Orcírio Miranda dos Santos, reeleito em 2002, que depois concluiu sua graduação como advogado;
– de 2007 a 2014, o atual governador André Puccinelli, médico, reeleito em 2010.
– e agora, em 2014, foi eleito governador Reinaldo Azambuja, administrador, que encarna a expectativa de mudança e sem dúvida alguma fará a grande diferença ansiada pela nossa população.
Eis assim, uma pequena resenha histórica sobre o nosso querido estado. Revendo o esforço de tantos homens idealistas, inteligentes e empenhados pelo sucesso da nossa terra e da nossa gente, podemos afirmar: o sonho foi realizado.
Heitor Freire – Corretor de imóveis e advogado.
São vários e difíceis os caminhos percorridos e que nos levaram até a implantação do nosso estado.Desde os primórdios do século XX, começou a se desenhar um anseio da população sulista do então Estado de Mato Grosso, com a divisão do estado, em virtude do total desconhecimento, por parte do governo do estado, acercas nas necessidades mais elementares da nossa região.
O governo instalado em Cuiabá só tinha olhos para a arrecadação obtida aqui e que representava 75% do total da arrecadação do estado. A pequena contrapartida destina ao sul, minguava cada vez mais, causando uma revolta crescente em nossa população.O processo que culminou com a implantação do Estado de Mato Grosso do Sul, passou por várias etapas. No começo do século passado, os coronéis Jango Mascarenhas e João Caetano Teixeira Muzzi, aliados a um advogado gaúcho, João de Barros Cassal, egresso da revolução federalista em seu estado, iniciaram um movimento armado pretendendo a divisão do estado, que não teve sucesso.
Em 1932, foi criada no Rio de Janeiro, a Liga de Estudantes Pró Divisão do Estado, liderada por jovens mato-grossenses, que se tornaram, de pois de formados, verdadeiros bastiões da divisão. O único presidente dessa Liga foi o então estudante de medicina Ruben Alberto Abbott de Castro Pinto.
Ainda em 1932, com a eclosão da Revolução Constitucionalista, o sul de Mato Grosso se levanta em armas, solidário com São Paulo. O general Bertholdo Klinger, então comandante da circunscrição militar em Campo Grande, nomeia o dr. Vespasiano Barbosa Martins como governador do estado e parte para São Paulo para assumir o comando das tropas revolucionárias.
O governo Vespasiano Martins tem duração efêmera: de 9 de julho a 26 de setembro de 1932. Há que se destacar que esse fato não tinha intenção de dividir o estado, mas de transferir a capital de Cuiabá para Campo Grande, deslocando o eixo do poder para a nossa cidade.Tanto é assim que todos os números do Diário Oficial editados em nossa cidade, nesse período, se referiam ao Estado de Mato Grosso. Esses exemplares, doados generosamente ao Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, pelo advogado Marcelo Barbosa Martins – neto de Vespasiano – fazem parte do acervo histórico do Instituto. Mas a versão desse fato como divisão do estado foi tão forte e permanente, que se cristalizou como verdade histórica com o nome de Estado de Maracajú.
Em 1933, foi publicado no Rio de Janeiro, o Manifesto da Liga. Em 1935, Oclécio Barbosa Martins, um dos signatários do Manifesto, já advogado, reedita a Liga em Campo Grande, com o nome de Liga Pró Divisão do Estado. No entanto, naquele momento não houve, ainda, força suficiente para que o movimento empolgasse a população.
Na década de 70, o dr. Paulo Coelho Machado, também signatário do Manifesto, ressuscita a Liga, iniciando-se a partir daí um movimento crescente que acaba resultando na criação do Estado de Mato Grosso do Sul, dividindo o Estado de Mato Grosso, em 11 de outubro de 1977, através da Lei Complementar nº 31, sancionada pelo presidente Ernesto Geisel.
Nessa ocasião, como nossos políticos não se entendiam, o presidente Geisel nomeou o engenheiro Harry Amorim Costa, funcionário público federal, de alta estirpe, na época chefiando o então DNOS, como nosso primeiro governador.O dr. Harry sonhou e tentou implantar um estado modelo através de um projeto sistêmico elaborado pelo economista Jardel Barcellos de Paula, secretário de sua administração, que acabou não sendo implementado porque seu governo durou apenas seis meses. Toda a sistemática e o projeto se encontram retratados no livro Utopia x Realidade, de autoria do dr. Jardel, editado e lançado neste ano pelo Instituto Histórico e Geográfico de MS.
O nosso estado, em seus 35 anos, teve sete governadores, sendo três engenheiros, três advogados e um médico.
São eles:
de 1979 a 1982: Harry Amorim Costa, Marcelo Miranda Soares e Pedro Pedrossian, todos engenheiros, nomeados pelo governo militar;
– de 1983 a maio de 1986, Wilson Barbosa Martins, advogado, primeiro governador eleito; completando este mandato, Ramez Tebet, advogado, vice-governador, até 1987.
– de 1987 a 1991, Marcelo Miranda Soares, desta vez eleito:
– de 1991 a 1994, Pedro Pedrossian;
– em 1995, volta novamente Wilson Barbosa Martins, até 1999;
– de 1999 a 2006, José Orcírio Miranda dos Santos, reeleito em 2002, que depois concluiu sua graduação como advogado;
– de 2007 a 2014, o atual governador André Puccinelli, médico, reeleito em 2010.
– e agora, em 2014, foi eleito governador Reinaldo Azambuja, administrador, que encarna a expectativa de mudança e sem dúvida alguma fará a grande diferença ansiada pela nossa população.
Eis assim, uma pequena resenha histórica sobre o nosso querido estado.
Revendo o esforço de tantos homens idealistas, inteligentes e empenhados pelo sucesso da nossa terra e da nossa gente, podemos afirmar: o sonho foi realizado.