Como sabemos, infelizmente, a administração pública no Brasil não é regida pelo bom senso nem pelo espírito público, mas pelo interesse imediato. Isso é facilmente identificável pelo acontece na sucessão dos mandatos.
Cada novo administrador nomeia seus apaniguados de cabo a rabo, sem a menor consideração com o orçamento. O que cada um quer é agradar suas “bases”, garantir a continuidade de suas eleições e que o erário vá às favas. É o que vemos em todos os níveis de governo: do federal ao municipal.
O que menos importa é a responsabilidade com a coisa pública. E todos enchem os peitos para justificar suas ações, com os argumentos mais absurdos. O aumento do número de ministérios, por exemplo, que começou com o governo Fernando Henrique foi seguido pelo governo Lula e chegou aos píncaros com o governo Dilma.
A Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) acaba de divulgar um estupendo estudo sobre o perfil do servidor público brasileiro. Os dados foram coletados ao longo de dez anos, entre 2002 e 2012. No Executivo, o número de servidores civis e militares subiu de 775.116, em 2002, para 984.423, em 2012, um crescimento de 27%.
Assim fica demonstrado o inchaço que onera o orçamento com a única finalidade, como já disse, de atender às “bases”. E os governos do PT, Lula e Dilma, exageraram com os chamados cartões corporativos cujos gastos não são divulgados sob a máscara de atender ao imperativo de “segurança nacional”. E com esse disfarce os “cumpanheiros” deitam e rolam.
E a corrupção? E as obras com orçamentos “atualizados” para esconder as propinas? E as obras inacabadas cujos custos são elevados à estratosfera?
Trazendo a lente para a nossa cidade, os prefeitos gastam rios de dinheiro para implantar suas marcas nas administrações como se a coisa pública fosse de sua propriedade. Vimos o atual prefeito, ao assumir inicialmente seu mandato, criar uma marca que identificava as suas iniciais, do mesmo modo que o anterior, Nelson Trad Filho, que, aliás, deu continuidade ao número de obras realizadas pelo seu antecessor, André Puccinelli, para dar a impressão de um volume imenso de realizações.
A humanidade evoluiu e muito ao longo dos tempos. O mesmo não se pode dizer dos políticos. Marco Túlio Cícero, em 55 A.C. já proclamava: “O orçamento deve ser equilibrado, o Tesouro Público deve ser reposto, a dívida pública deve ser reduzida, a arrogância dos funcionários públicos deve ser moderada e controlada e a ajuda a outros países deve ser eliminada, para que Roma não vá à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver às custas do Estado!”.
A semelhança não é mera coincidência.
A gestão pública no Brasil, em todos os níveis e com rara exceção não apresenta um projeto de governo, mas um projeto de poder. Ou ainda, uma soma de projetos pessoais.
E a descontinuidade das obras é outra característica dos governos. Agora em nossa cidade, por essas nuances da política, tudo parou. O atual prefeito ainda não nomeou todos os secretários, aliás, como fez na sua primeira investidura, o que causa uma situação de intranquilidade. Alega que não há urgência porque a administração continua funcionando. Alguém precisa dizer ao prefeito que um corpo sem cabeça não funciona.
Há poucos dias, escrevi um artigo comentando a ação do então secretário municipal de desenvolvimento urbano, Valdir Gomes, elogiando a sua obra no Horto Florestal, que, por força da nova administração, ficou incompleta. Por todos os lados vemos pedras amontoadas sem uma sinalização de quando vão ser concluídas; as calçadas cheias de pedras por todos os lados podem causar acidente aos pedestres.
O secretário Valdir deixou um exemplo de competência e de dedicação à causa pública, não só no seu último cargo, mas também em todas as suas investiduras, deixando um exemplo que deveria ser seguido.
Embora sabendo que o meu apelo será inútil, rogo: Volta, Valdir, volta.
Heitor Freire – Corretor de imóveis e advogado.
Como sabemos, infelizmente, a administração pública no Brasil não é regida pelo bom senso nem pelo espírito público, mas pelo interesse imediato. Isso é facilmente identificável pelo acontece na sucessão dos mandatos.
Cada novo administrador nomeia seus apaniguados de cabo a rabo, sem a menor consideração com o orçamento. O que cada um quer é agradar suas “bases”, garantir a continuidade de suas eleições e que o erário vá às favas. É o que vemos em todos os níveis de governo: do federal ao municipal.
O que menos importa é a responsabilidade com a coisa pública. E todos enchem os peitos para justificar suas ações, com os argumentos mais absurdos.
O aumento do número de ministérios, por exemplo, que começou com o governo Fernando Henrique foi seguido pelo governo Lula e chegou aos píncaros com o governo Dilma.
A Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) acaba de divulgar um estupendo estudo sobre o perfil do servidor público brasileiro. Os dados foram coletados ao longo de dez anos, entre 2002 e 2012. No Executivo, o número de servidores civis e militares subiu de 775.116, em 2002, para 984.423, em 2012, um crescimento de 27%.
Assim fica demonstrado o inchaço que onera o orçamento com a única finalidade, como já disse, de atender às “bases”. E os governos do PT, Lula e Dilma, exageraram com os chamados cartões corporativos cujos gastos não são divulgados sob a máscara de atender ao imperativo de “segurança nacional”. E com esse disfarce os “cumpanheiros” deitam e rolam.
E a corrupção? E as obras com orçamentos “atualizados” para esconder as propinas? E as obras inacabadas cujos custos são elevados à estratosfera?
Trazendo a lente para a nossa cidade, os prefeitos gastam rios de dinheiro para implantar suas marcas nas administrações como se a coisa pública fosse de sua propriedade. Vimos o atual prefeito, ao assumir inicialmente seu mandato, criar uma marca que identificava as suas iniciais, do mesmo modo que o anterior, Nelson Trad Filho, que, aliás, deu continuidade ao número de obras realizadas pelo seu antecessor, André Puccinelli, para dar a impressão de um volume imenso de realizações.
A humanidade evoluiu e muito ao longo dos tempos. O mesmo não se pode dizer dos políticos. Marco Túlio Cícero, em 55 A.C. já proclamava: “O orçamento deve ser equilibrado, o Tesouro Público deve ser reposto, a dívida pública deve ser reduzida, a arrogância dos funcionários públicos deve ser moderada e controlada e a ajuda a outros países deve ser eliminada, para que Roma não vá à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver às custas do Estado!”.
A semelhança não é mera coincidência.
A gestão pública no Brasil, em todos os níveis e com rara exceção não apresenta um projeto de governo, mas um projeto de poder. Ou ainda, uma soma de projetos pessoais.
E a descontinuidade das obras é outra característica dos governos. Agora em nossa cidade, por essas nuances da política, tudo parou. O atual prefeito ainda não nomeou todos os secretários, aliás, como fez na sua primeira investidura, o que causa uma situação de intranquilidade. Alega que não há urgência porque a administração continua funcionando. Alguém precisa dizer ao prefeito que um corpo sem cabeça não funciona.
Há poucos dias, escrevi um artigo comentando a ação do então secretário municipal de desenvolvimento urbano, Valdir Gomes, elogiando a sua obra no Horto Florestal, que, por força da nova administração, ficou incompleta. Por todos os lados vemos pedras amontoadas sem uma sinalização de quando vão ser concluídas; as calçadas cheias de pedras por todos os lados podem causar acidente aos pedestres.
O secretário Valdir deixou um exemplo de competência e de dedicação à causa pública, não só no seu último cargo, mas também em todas as suas investiduras, deixando um exemplo que deveria ser seguido.
Embora sabendo que o meu apelo será inútil, rogo: Volta, Valdir, volta.