Desde que o ser humano ficou em pé e começou a prestar atenção ao seu meio ambiente, despertou para uma curiosidade muito grande a respeito de tudo que o cercava. E começaram os questionamentos. Os porquês e os para quês. Com a descoberta do fogo, seu espírito foi sensibilizado para algo que a chama acordou em seu interior. Ficava contemplando a chama com seu colorido variado e rico que o deixava absorto, recordando algo que não sabia identificar.
Com o passar dos tempos e a encarnação de seres superiores, começou a receber uma orientação espiritual que pretendia dirigir seu espírito para uma manifestação mais elevada.
Assim, aos poucos, foram surgindo civilizações e religiões que passaram a proporcionar-lhe oportunidades de evolução. Cada religião se apresentava como a única detentora da verdade, e assim subjugava seus seguidores tratando-os coletivamente. Ao mesmo tempo, a humanidade passava por grandes transformações.
Os adeptos das religiões deturparam, em proveito próprio, o ensinamento que lhes fora proporcionado. Continuam fazendo isso até hoje e, certamente, continuarão fazendo, com a incessante proliferação de igrejas em todo lugar.
De que forma Jesus e Maomé analisariam hoje aqueles que, em seus nomes, mataram indiscriminadamente seus adversários, sem poupar mulheres, crianças e idosos, contrariando o ensinamento deixado, que tinha como base fundamental o amor?
Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 13, mostrou muito bem o caminho que ultrapassa todos os dons e ao qual todos os membros da comunidade devem aspirar: o amor.
O amor é a fonte de qualquer comportamento genuinamente humano, pois leva a discernir as situações e a criar gestos capazes de responder adequadamente aos problemas. Os outros dons dependem do amor. Tudo deriva do amor. A caridade é um subproduto do amor.
O amor é a força de Deus no ser humano, pois “tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. E Paulo conclui:“Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor”.
Desta forma, deve, necessariamente, haver sintonia, harmonia, e coerência entre o que se fala e o que se faz – o que deveria ser, naturalmente, a base de qualquer religião, sob pena de se resvalar para a mediocridade, ficando apenas no faz de conta.
Portanto, a melhor religião é aquela que prega o amor na busca da verdade, e estimula seus adeptos a agir dessa forma. E o que é a verdade? Eu aprendi que é tudo aquilo que se confirma.
E para alcançar a verdade, aprendi que os quatro passos do conhecimento são: entender, confirmar, aceitar e praticar. Em primeiro lugar, precisamos entender. Depois confirmar, a seguir aceitar e por último praticar, como corolário do conhecimento. Sem a prática, tudo fica no plano abstrato e sem sentido. E assim, usando o nosso discernimento, devemos eleger o caminho que queremos trilhar.
Segundo Krishnamurti, no livro Aos Pés do Mestre, a evolução compreende quatro etapas: discernimento, desapego, boa conduta e por último coroando tudo, o amor.
Enfim, sem amor, nada feito! Não adianta a melhor retórica.
Heitor Rodrigues Freire – Corretor de imóveis e advogado.