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Heitor Freire

Por que estamos aqui?

Ou melhor, para que estou aqui? Quem sou eu?
Esta é uma pergunta fundamental que, mais cedo ou mais tarde, consciente ou inconscientemente, cada um de nós, fatalmente, se fará. Esse momento chega para cada um.
E ela decorre da necessidade do entendimento do nosso ser e da finalidade da nossa encarnação.
E da busca sincera e da resposta correta ocorrerá uma grande transformação. Que nos proporcionará o início da nossa grande descoberta: o nosso eu.
E essa caminhada – sim porque é uma caminhada – que começa com o primeiro passo, decisivo, o discernimento. E o que é o discernimento? É exatamente a capacidade do entendimento do que deve ser feito e do que não deve ser feito. E assim começamos a descortinar o grande caminho que nos leva para dentro, que está em nós,  dentro de nós. Perto e distante.
E da capacidade, sinceridade, simplicidade, perseverança, dedicação, competência e consciência com que cada um se lançar a essa busca, iremos obter o grande prêmio: o nosso auto-conhecimento,  que é a grande conquista, ou melhor, a maior conquista que cada um pode obter. Que é maior do que a soma de toda a riqueza existente na Terra, maior que o poder decorrente do exercício de qualquer cargo, de qualquer status, e que está ao alcance de cada  um. Basta querer, entender e agir.
Desse primeiro passo, decorre o segundo: o desapego. Há uma tendência prevalecente no ser humano, no sentido de apegar-se a tudo: aos familiares, às propriedades, cargos, como se a posse pudesse dar a tranqüilidade que cada um busca, procurando fora o que está dentro. E tudo, o mais importante, o verdadeiramente fundamental está dentro de cada um.
A orientação, naturalmente, se procura através das religiões clássicas que, por desenvolver os seus trabalhos de forma inadequada – a meu ver – acabam frustrando, no tempo e no espaço, os seus fiéis, pois a base em que constroem as suas argumentações carece de sustentabilidade, destacando-se de maneira mais evidente o ensinamento a respeito da existência de uma única vida.
A verdade, mais do que confirmada para mim, aponta para uma direção: nós todos somos seres multi-milenares, já encarnamos centenas, milhares de vezes, ao longo do tempo, na busca da nossa auto-realização que se consubstancia através da evolução – o grande objetivo da nossa encarnação – procurando assim com o auto-conhecimento atingir o nosso desideratum.
Na contramão da evolução, vemos um trabalho feito no sentido de contribuir para que as pessoas sejam displicentes, negligentes consigo mesmas – redundante assim –  deixando  de considerar-se, esquecendo-se de que para o alcance desse objetivo maior é fundamental a participação de cada um na sua própria salvação. Cada um é o seu único e verdadeiro salvador.
Há uma maneira clara de entender essa situação. Através da oração. E o que é a oração? É uma forma de dirigir-nos ao nosso Pai Altíssimo, e é o nosso alimento espiritual; da mesma forma que ninguém pode alimentar-se materialmente por outro, ninguém também pode alimentar espiritualmente o outro, podendo, no entanto proceder a uma orientação e aí cabe o entendimento para que através de um raciocínio lógico possamos chegar a uma conclusão sincera, sem sofismas, sem tapeação, mostrando o ato verdadeiro que cada um pode e deve empreender. E que exige coragem.
Ao ser perguntado outro dia por um amigo se eu era espírita, a propósito do artigo DAS DITAS COTAS, disse-lhe que não. E acrescentei: eu sou Heitor. O que a princípio, pareceu arrogância, mas não é, é apenas uma forma de entendimento a que cheguei: eu sou eu e a minha circunstância. Na realidade, todos nós somos nós e as nossas circunstâncias, o que não quer dizer que necessariamente devamos ser comandados pelas circunstâncias, não, não podemos abdicar do nosso poder, do nosso livre arbítrio. Ao contrário, cada um é o comandante da sua encarnação. Quando se abre mão dessa circunstância – de comando –, acontece o que se vê hoje.
É interessante essa forma das pessoas procurarem uma fachada. Cada um procura uma forma para esconder-se atrás de um rótulo: eu sou isso ou sou aquilo, e assim acaba disfarçando a sua identidade verdadeira e coloca-se numa posição de comodidade, pois não está se exibindo naquilo que é, o que lhe dá uma falsa sensação de segurança. Mas, inevitavelmente, chegará a hora da verdade de cada um, quando a máscara será retirada. Por bem ou por mal.

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