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Heitor Freire

Nos Tempos do Taveirópolis

NOS TEMPOS DO TAVEIRÓPOLIS
No período de 20 anos em que morei com a minha família no bairro Taveirópolis, vivenciamos situações que deixaram marcas.
O nome da rua em que morávamos é Padre Caetano Patané. Quando minha mãe foi nos visitar pela primeira vez, teve sua atenção voltada para o nome da rua e nos disse que esse sacerdote foi quem celebrou a cerimônia do seu casamento em 1939, na Igreja Matriz de São José, em Ponta Porã. Um dos coroinhas era o Helvécio Casanobas.
Logo que para lá nos mudamos, plantamos um flamboyant na calçada da nossa casa. O nosso flamboyant, como todas as árvores dessa espécie, na primavera, exibia todo o esplendor das suas flores com as cores características: a sua copa atravessava a rua. Pois bem, pouco depois que nós nos mudamos de lá, num belo dia, a árvore desabou placidamente, de forma tranqüila, escolhendo uma hora sem trânsito, ou seja, não feriu ninguém, encerrando o ciclo de sua vida de maneira suave. Logo que soube do acontecido para lá me dirigi para fazer a minha despedida e para agradecer-lhe pelo tempo que nos proporcionou a alegria do seu convívio.
No poço abençoado da nossa casa, foi instalado um motor daqueles que fica dentro do poço, na superfície da água. Quando ele estragou pela primeira vez o nosso compadre Farid Sandre de Melo estava em casa e de imediato se dispôs a consertá-lo. E o fez. O Farid é o homem dos sete instrumentos. Qualquer curso que aparecesse na cidade, lá estava ele participando. Tem uma mala cheia de diplomas desses cursos. Era a nossa garantia permanente.
Durante um bom período o nosso carro era uma caravan a álcool, que demorava um pouco para esquentar. Então logo cedo, quando eu me levantava, às 6 horas, ligava o carro enquanto acordava as meninas: “espreguicem-se e levantem-se”. Elas tinham exatos 30 minutos para acordar, escovar os dentes, ir ao banheiro e tomar o café da manhã que, invariavelmente já estava preparado pela Rosaria. Só havia um banheiro para todas as seis meninas. Era um corre-corre diário. Quando eu acabava de tomar o café, já avisava; “Quem vai, vai”. E já me dirigia para o carro. Era um tal de menina sair se arrumando, pegando seus materiais escolares e entrando atropeladamente no carro.
Outro fato marcante era a comemoração do dia dos reis magos: 6 de janeiro. Havia uma cerimônia para a degustação da romã, para o vinho, precedida de uma preleção feita pelo professor Castro (Arassuay Gomes de Castro), nosso compadre que, todo compenetrado dava as instruções e as nossas meninas magnetizadas acompanhavam com toda reverência as palavras do professor.
Bons e abençoados tempos.

No período de 20 anos em que morei com a minha família no bairro Taveirópolis, vivenciamos situações que deixaram marcas.O nome da rua em que morávamos é Padre Caetano Patané. Quando minha mãe foi nos visitar pela primeira vez, teve sua atenção voltada para o nome da rua e nos disse que esse sacerdote foi quem celebrou a cerimônia do seu casamento em 1939, na Igreja Matriz de São José, em Ponta Porã. Um dos coroinhas era o Helvécio Casanobas.Logo que para lá nos mudamos, plantamos um flamboyant na calçada da nossa casa. O nosso flamboyant, como todas as árvores dessa espécie, na primavera, exibia todo o esplendor das suas flores com as cores características: a sua copa atravessava a rua.

Pois bem, pouco depois que nós nos mudamos de lá, num belo dia, a árvore desabou placidamente, de forma tranqüila, escolhendo uma hora sem trânsito, ou seja, não feriu ninguém, encerrando o ciclo de sua vida de maneira suave. Logo que soube do acontecido para lá me dirigi para fazer a minha despedida e para agradecer-lhe pelo tempo que nos proporcionou a alegria do seu convívio.

No poço abençoado da nossa casa, foi instalado um motor daqueles que fica dentro do poço, na superfície da água. Quando ele estragou pela primeira vez o nosso compadre Farid Sandre de Melo estava em casa e de imediato se dispôs a consertá-lo. E o fez. O Farid é o homem dos sete instrumentos. Qualquer curso que aparecesse na cidade, lá estava ele participando. Tem uma mala cheia de diplomas desses cursos. Era a nossa garantia permanente.

Durante um bom período o nosso carro era uma caravan a álcool, que demorava um pouco para esquentar. Então logo cedo, quando eu me levantava, às 6 horas, ligava o carro enquanto acordava as meninas: “espreguicem-se e levantem-se”. Elas tinham exatos 30 minutos para acordar, escovar os dentes, ir ao banheiro e tomar o café da manhã que, invariavelmente já estava preparado pela Rosaria. Só havia um banheiro para todas as seis meninas. Era um corre-corre diário. Quando eu acabava de tomar o café, já avisava; “Quem vai, vai”. E já me dirigia para o carro.

Era um tal de menina sair se arrumando, pegando seus materiais escolares e entrando atropeladamente no carro.

Outro fato marcante era a comemoração do dia dos reis magos: 6 de janeiro. Havia uma cerimônia para a degustação da romã, para o vinho, precedida de uma preleção feita pelo professor Castro (Arassuay Gomes de Castro), nosso compadre que, todo compenetrado dava as instruções e as nossas meninas magnetizadas acompanhavam com toda reverência as palavras do professor. 

Bons e abençoados tempos.

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