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Heitor Freire

Pai Nosso

PAI NOSSO
Dentre tantos sábios e eternos ensinamentos que Jesus nos deixou, a forma mais apropriada para orar, o Pai Nosso, é sem dúvida dos mais significativos. Ele conseguiu, com sua sabedoria natural, sintetizar em poucas palavras nessa oração um conjunto de situações que orienta a devoção dos cristãos.
E como toda orientação geral, acaba gerando ao longo do tempo, discussões as mais variadas.
Não é diferente com o Pai Nosso. Começa com a sua origem: em Mateus (6, 9-13) e Lucas  (11,2-4). Mateus coloca o Pai Nosso no Sermão da Montanha, o maior e mais importante discurso da humanidade. Lucas, no longo percurso da caminhada de Jesus rumo a Jerusalém, pois entendia que o homem deve aprender a rezar enquanto vai pelas estradas da vida, a fim de vivenciar a contínua e indispensável união com Deus.
O que, de qualquer maneira, resulta claro é que Ele ensinou a oração primeiramente a  seus apóstolos. Segundo São Lucas, Jesus ensinou esta oração a seus discípulos, privadamente, num dia em que estava rezando sozinho num lugar afastado. Ao terminar sua oração, atendendo ao pedido dos apóstolos, Jesus lhes falou: “quando vocês rezarem, digam assim”. E lhes ensinou as palavras do Pai-Nosso (11, 2-4).
Mateus e Lucas colocaram a oração onde, a seu critério, ficava melhor, segundo sua própria teologia. O emprego da primeira pessoa do plural dá um caráter comunitário à oração: “E perdoa-nos as nossas dívidas como também nós perdoamos aos nossos devedores.”
A diferença entre as duas versões se dá exatamente no trecho acima. Mateus usa a versão acima. Lucas: “Perdoa os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos aqueles que nos devem”.
Já a Bíblia do Peregrino, traduz essa frase como: “Perdoa nossas ofensas como também nós perdoamos aos que nos ofendem”.
O Catecismo aprovado pelo episcopado brasileiro em 1903 usava, no Pai-Nosso, a fórmula “perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”, Na realidade, a fórmula é a usada por Mateus e é a mais antiga, e possivelmente já estava em uso desde os primórdios da colonização.
Já a nova versão do Pai-Nosso, adotada no fim da década de 60, emprega, em lugar da expressão “nossas dívidas”, as palavras “nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Baseada então na versão de Lucas.
Dando meu pitaco, penso que a redação de Lucas ficaria melhor assim: “Perdoai nossas ofensas, assim como nós perdoamos a nossos ofensores”.
Essa discussão da forma não invalida, naturalmente, a importância e o significado da oração que se constituiu na mais importante oração da cristandade.
O Pai nosso foi fundamental na separação do cristianismo nascente do judaísmo. Ao separar-se do judaísmo, o cristianismo teve que ir adquirindo uma identidade própria e a principal separação da espiritualidade judaica era a oração. O cristianismo teria que buscar sua própria oração, para não ser considerado uma seita do judaísmo. O Pai nosso passaria a ser a principal separação que diferenciaria o povo “novo” do “velho” neste ponto da história. A diferença não estava muito clara, entre os judeus e os primeiros seguidores do cristianismo.
Na oração o homem se volta para Deus, reconhecendo-o como único absoluto, e reconhecendo a si mesmo como criatura dele.
Enfim, o fundamental é que devemos todos orar conscientemente.
Heitor Freire – Corretor de imóveis e advogado.

Dentre tantos sábios e eternos ensinamentos que Jesus nos deixou, a forma mais apropriada para orar, o Pai Nosso, é sem dúvida dos mais significativos. Ele conseguiu, com sua sabedoria natural, sintetizar em poucas palavras nessa oração um conjunto de situações que orienta a devoção dos cristãos.

E como toda orientação geral, acaba gerando ao longo do tempo, discussões as mais variadas. Não é diferente com o Pai Nosso.

Começa com a sua origem: em Mateus (6, 9-13) e Lucas  (11,2-4). Mateus coloca o Pai Nosso no Sermão da Montanha, o maior e mais importante discurso da humanidade. Lucas, no longo percurso da caminhada de Jesus rumo a Jerusalém, pois entendia que o homem deve aprender a rezar enquanto vai pelas estradas da vida, a fim de vivenciar a contínua e indispensável união com Deus.

O que, de qualquer maneira, resulta claro é que Ele ensinou a oração primeiramente a  seus apóstolos. Segundo São Lucas, Jesus ensinou esta oração a seus discípulos, privadamente, num dia em que estava rezando sozinho num lugar afastado. Ao terminar sua oração, atendendo ao pedido dos apóstolos, Jesus lhes falou: “quando vocês rezarem, digam assim”. E lhes ensinou as palavras do Pai-Nosso (11, 2-4).

Mateus e Lucas colocaram a oração onde, a seu critério, ficava melhor, segundo sua própria teologia. O emprego da primeira pessoa do plural dá um caráter comunitário à oração: “E perdoa-nos as nossas dívidas como também nós perdoamos aos nossos devedores.”A diferença entre as duas versões se dá exatamente no trecho acima. Mateus usa a versão acima. Lucas: “Perdoa os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos aqueles que nos devem”.

Já a Bíblia do Peregrino, traduz essa frase como: “Perdoa nossas ofensas como também nós perdoamos aos que nos ofendem”.

O Catecismo aprovado pelo episcopado brasileiro em 1903 usava, no Pai-Nosso, a fórmula “perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”, Na realidade, a fórmula é a usada por Mateus e é a mais antiga, e possivelmente já estava em uso desde os primórdios da colonização.

Já a nova versão do Pai-Nosso, adotada no fim da década de 60, emprega, em lugar da expressão “nossas dívidas”, as palavras “nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Baseada então na versão de Lucas.

Dando meu pitaco, penso que a redação de Lucas ficaria melhor assim: “Perdoai nossas ofensas, assim como nós perdoamos a nossos ofensores”.

Essa discussão da forma não invalida, naturalmente, a importância e o significado da oração que se constituiu na mais importante oração da cristandade.

O Pai nosso foi fundamental na separação do cristianismo nascente do judaísmo. Ao separar-se do judaísmo, o cristianismo teve que ir adquirindo uma identidade própria e a principal separação da espiritualidade judaica era a oração. O cristianismo teria que buscar sua própria oração, para não ser considerado uma seita do judaísmo. O Pai nosso passaria a ser a principal separação que diferenciaria o povo “novo” do “velho” neste ponto da história. A diferença não estava muito clara, entre os judeus e os primeiros seguidores do cristianismo.

Na oração o homem se volta para Deus, reconhecendo-o como único absoluto, e reconhecendo a si mesmo como criatura dele.

Enfim, o fundamental é que devemos todos orar conscientemente.

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