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Heitor Freire

Casa Hildebrando Campestrini

CASA HILDEBRANDO CAMPESTRINI
No dia 1º de abril, com a presença da quase totalidade dos associados, foi descerrada a placa que denominou o prédio do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul com o nome de HILDEBRANDO CAMPESTRINI.
Uma justa homenagem a quem dedicou os últimos quinze anos de sua vida a registrar a história da nossa gente e do nosso estado. Na qualidade de presidente do Instituto o professor Campestrini cumpriu essa missão de uma forma apaixonada e com uma disciplina invejável.
Em emocionado discurso, seu filho Hildebrando Júnior, falou do amor de seu pai pelo Instituto que considerava sua segunda casa. “Aqui ele depositava sua vontade de criar um mundo melhor, e nesta casa, em conjunto com cada um dos senhores e senhoras, seu desejo por muitas vezes foi realizado”.
E continuou: “Nele havia um desejo latente de fortalecer no povo sul-mato-grossense o sentimento de pertencimento, desejo esse que o movia. Ele tentou levar a cada cidadão desta terra o orgulho e o conhecimento de sua história, principalmente por gratidão àqueles que lutaram bravamente por este chão e um desejo de ensinar incessante”.
Disse ainda: “Acredito que esse foi o seu legado, o legado que esta casa deve considerar ao pensar em seus próximos passos, afinal, nós, sul-mato-grossenses de todas as origens, devemos saber o quanto de sangue e suor foi derramado para que exista hoje um estado pujante, forte e cheio de esperança”.
Na ocasião, a professora Silvia Regina Roberto, a viúva, que testemunhou sua dedicação constante, disse que o Instituto, era a grande motivação e inspiração da vida dele. O professor Campestrini respirava o Instituto.
O professor Paulo Eduardo Cabral, atual presidente do Instituto, encerrando a comovente cerimônia, disse da responsabilidade de sucedê-lo na presidência e do compromisso de todos os associados de dar continuidade à sua obra.
Campestrini foi um mestre como poucos. Teve milhares de alunos. Dos que eu conheci, todos se referiam a ele com reverência. Ele não alisava. Era rígido, exigente, não tolerava mediocridade.
Um gigante, mestre dos mestres na cultura, dedicou sua vida à pesquisa, à história, ao ensino. Foi professor, em sala de aula, por mais de cinquenta anos.
Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, fundado por D. Pedro II. O único em nosso estado. Foi ainda acadêmico da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, da qual foi presidente.
Foi também professor na Escola de Magistratura do Tribunal de Justiça, ministrando aulas para juízes. Fazia palestras por todo o Brasil, nos tribunais de Contas e de Justiça ensinando como redigir ementas, etc.
Definia-se como agnóstico. E dialético. Buscava sempre a melhor solução. Era um verdadeiro operário do saber. Trabalhava sem cessar. De domingo a domingo.
Recuperou para a cultura a obra de Hélio Serejo – jornalista e escritor sul-mato-grossense que retratou o ciclo da erva-mate, registrando o dia-a-dia dos trabalhadores nos ervais. Serejo foi tão importante que dá nome à ponte que liga o estado de São Paulo ao de Mato Grosso do Sul. O legado de Serejo resultou num conjunto de 50 livros, significativo e importante, revisto e editado pelo professor. Campestrini que assina as notas adicionadas à obra.
O professor também editou, entre tantos outros livros, Inocência, de Visconde de Taunay, uma obra tão importante que, por iniciativa dele e decisão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, tornou-se oficialmente o livro-símbolo do nosso estado, tendo sido adaptado para o cinema sob a direção de Walter Lima Jr, com Fernanda Torres no papel principal.
A realização de que mais se orgulhava o professor Campestrini era A Enciclopédia das Águas de Mato Grosso do Sul, uma obra ciclópica, um inventário literário de todos os cursos d’água de nosso estado, desde rios, córregos, corixos, etc., com 7.119 verbetes e 154 cartas hidrográficas. O livro foi editado sob sua coordenação e com a participação dos professores Ângela Antonieta Atanásio Laurino, Arnaldo Menecozzi e Francisco Mineiro Júnior. Não existe obra similar no Brasil.
Também de autoria de Campestrini o livro A História de Mato Grosso do Sul encontra-se na oitava edição. O professor editou mais de quarenta livros na série Memórias Sul-Mato-Grossenses.
O professor era também um homem voltado para as instituições filantrópicas. Foi associado da Associação Beneficente de Campo Grande, Santa Casa, da qual foi membro do conselho de administração e defensor intransigente da entidade.
Convivi com ele diuturnamente, nos últimos 14 anos. Fui convidado pelo professor para ser seu vice-presidente no Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, em 2002. Disse-lhe, que eu não era professor, nem escritor, e não via como participar de uma instituição como aquela. Mas fui convencido e aceitei o desafio, que culminou sendo  uma oportunidade de aprendizado constante.
Hildebrando Campestrini foi para mim um mestre que marcou minha vida de forma indelével.
A homenagem que lhe foi prestada é um justo reconhecimento e também um legado para o nosso estado.
Heitor Freire – associado do IHGMS.

No dia 1º de abril, com a presença da quase totalidade dos associados, foi descerrada a placa que denominou o prédio do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul com o nome de HILDEBRANDO CAMPESTRINI.

Uma justa homenagem a quem dedicou os últimos quinze anos de sua vida a registrar a história da nossa gente e do nosso estado. Na qualidade de presidente do Instituto o professor Campestrini cumpriu essa missão de uma forma apaixonada e com uma disciplina invejável.

Em emocionado discurso, seu filho Hildebrando Júnior, falou do amor de seu pai pelo Instituto que considerava sua segunda casa. “Aqui ele depositava sua vontade de criar um mundo melhor, e nesta casa, em conjunto com cada um dos senhores e senhoras, seu desejo por muitas vezes foi realizado”.

E continuou: “Nele havia um desejo latente de fortalecer no povo sul-mato-grossense o sentimento de pertencimento, desejo esse que o movia. Ele tentou levar a cada cidadão desta terra o orgulho e o conhecimento de sua história, principalmente por gratidão àqueles que lutaram bravamente por este chão e um desejo de ensinar incessante”.

Disse ainda: “Acredito que esse foi o seu legado, o legado que esta casa deve considerar ao pensar em seus próximos passos, afinal, nós, sul-mato-grossenses de todas as origens, devemos saber o quanto de sangue e suor foi derramado para que exista hoje um estado pujante, forte e cheio de esperança”. 

Na ocasião, a professora Silvia Regina Roberto, a viúva, que testemunhou sua dedicação constante, disse que o Instituto, era a grande motivação e inspiração da vida dele. O professor Campestrini respirava o Instituto.O professor Paulo Eduardo Cabral, atual presidente do Instituto, encerrando a comovente cerimônia, disse da responsabilidade de sucedê-lo na presidência e do compromisso de todos os associados de dar continuidade à sua obra.

Campestrini foi um mestre como poucos. Teve milhares de alunos. Dos que eu conheci, todos se referiam a ele com reverência. Ele não alisava. Era rígido, exigente, não tolerava mediocridade.

Um gigante, mestre dos mestres na cultura, dedicou sua vida à pesquisa, à história, ao ensino. Foi professor, em sala de aula, por mais de cinquenta anos.Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, fundado por D. Pedro II. O único em nosso estado. Foi ainda acadêmico da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, da qual foi presidente.

Foi também professor na Escola de Magistratura do Tribunal de Justiça, ministrando aulas para juízes. Fazia palestras por todo o Brasil, nos tribunais de Contas e de Justiça ensinando como redigir ementas, etc.

Definia-se como agnóstico. E dialético. Buscava sempre a melhor solução. Era um verdadeiro operário do saber. Trabalhava sem cessar. De domingo a domingo.

Recuperou para a cultura a obra de Hélio Serejo – jornalista e escritor sul-mato-grossense que retratou o ciclo da erva-mate, registrando o dia-a-dia dos trabalhadores nos ervais. Serejo foi tão importante que dá nome à ponte que liga o estado de São Paulo ao de Mato Grosso do Sul. O legado de Serejo resultou num conjunto de 50 livros, significativo e importante, revisto e editado pelo professor. Campestrini que assina as notas adicionadas à obra.

O professor também editou, entre tantos outros livros, Inocência, de Visconde de Taunay, uma obra tão importante que, por iniciativa dele e decisão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, tornou-se oficialmente o livro-símbolo do nosso estado, tendo sido adaptado para o cinema sob a direção de Walter Lima Jr, com Fernanda Torres no papel principal.

A realização de que mais se orgulhava o professor Campestrini era A Enciclopédia das Águas de Mato Grosso do Sul, uma obra ciclópica, um inventário literário de todos os cursos d’água de nosso estado, desde rios, córregos, corixos, etc., com 7.119 verbetes e 154 cartas hidrográficas. O livro foi editado sob sua coordenação e com a participação dos professores Ângela Antonieta Atanásio Laurino, Arnaldo Menecozzi e Francisco Mineiro Júnior. Não existe obra similar no Brasil.

Também de autoria de Campestrini o livro A História de Mato Grosso do Sul encontra-se na oitava edição. O professor editou mais de quarenta livros na série Memórias Sul-Mato-Grossenses.

O professor era também um homem voltado para as instituições filantrópicas. Foi associado da Associação Beneficente de Campo Grande, Santa Casa, da qual foi membro do conselho de administração e defensor intransigente da entidade.

Convivi com ele diuturnamente, nos últimos 14 anos. Fui convidado pelo professor para ser seu vice-presidente no Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, em 2002. Disse-lhe, que eu não era professor, nem escritor, e não via como participar de uma instituição como aquela. Mas fui convencido e aceitei o desafio, que culminou sendo  uma oportunidade de aprendizado constante.

Hildebrando Campestrini foi para mim um mestre que marcou minha vida de forma indelével.A homenagem que lhe foi prestada é um justo reconhecimento e também um legado para o nosso estado.

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