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Heitor Freire

Os mamilos do homem

 

O corpo humano constitui um universo de órgãos, células, átomos, moléculas e neurônios que se distribuem ao longo do corpo, cada um na sua função e todos no mesmo conjunto, representando uma prova muito clara da sabedoria de Deus. A perfeição do corpo humano é inquestionável.

No entanto tem uma parte que inquieta o homem: por que e para que ele tem mamilos? Curioso como sou, fui pesquisar. Essa questão também intriga a ciência e não é de hoje. Acabei descobrindo Erasmus Darwin (1731-1802), médico e biólogo inglês, um livre-pensador, maçom, rosacruz, que deixou um legado imenso de tratados e ensaios, escritos em versos. Ele era também poeta e dos bons, avô do célebre Charles Darwin –, autor de um dos livros mais lidos de todos os tempos, A Origem das Espécies –, e especulou que os mamilos teriam sido uma relíquia de uma época em que os mamíferos eram hermafroditas, contendo o sexo masculino e o feminino num só indivíduo.

Erasmus Darwin escreveu, para além de poesia, uma extensa obra de caráter científico sobre temas de medicina e botânica. Viveu em Lichfield e em Derby, na Inglaterra. Foi um dos fundadores da Sociedade Lunar. Um dos mais notáveis médicos ingleses de seu tempo, suas habilidades diagnósticas eram extraordinárias, ganhou fama e fortuna como médico (grátis para os pobres e caro para os ricos).

Os historiadores negligenciaram Erasmus Darwin, e a razão disso talvez fosse o fato de haver escrito as suas obras principais como poeta, em versos; os versos raramente são levados a sério. Talvez tenha sido essa uma forma de se proteger e se lançar à posteridade. Charles Darwin é conhecido como pai da teoria evolucionista, mas não se pode ignorar que seu avô teve muita influência em seus manuscritos.

O paleontólogo e biólogo evolucionista americano Stephen Gould (1941-2002), declaradamente agnóstico, é reconhecido como o mais lido e conhecido divulgador científico de sua geração. Ele afirmou que, em sua experiência com o público, “nenhum item provocou mais confusão do que a questão que Erasmus Darwin escolheu como um desafio para seu conceito de utilidade invasiva – os mamilos masculinos”.   Só que não chegaram a uma conclusão definitiva. Ficaram no terreno da especulação.

Erasmus era considerado por muitos como ateu, mas na realidade foi um deista ativo e consciente, acreditava num Grande Arquiteto do Universo: “Lembrando que homens e mulheres foram projetados por um mesmo Designer, isso deve nos dar algumas dicas sobre por que algumas características são comuns em ambos os projetos. E uma vez que os mamilos masculinos têm uma função, eles são consistentes com uma explicação de design. De certa forma, é compreensível o fato de os evolucionistas terem aversão ao tecido mamário em homens, visto que eles não conseguem fornecer qualquer tipo de razão para a existência e persistência de mamilos masculinos após supostos milhões de anos no cenário evolutivo. Minha sugestão aos evolucionistas é a seguinte: se conformem com a presença deles, pois eles fazem parte do projeto ideal”.

E, por falar em mamilos, eis uma pequena anedota histórica. Durante um período da Guerra da Secessão americana, o presidente Lincoln nomeou como comandante-em-chefe de seu exército, o jovem general George McClellan, que era muito vaidoso, conhecido como “o Pequeno Napoleão”. O general McClellan, organizou um esquema de defesa da capital, Washington, com forte contingente de homens e de armas postados ao norte da cidade. Só que a guerra era contra o sul. Sabidamente, portanto, qualquer ataque deveria vir do sul. Então o presidente perguntou ao general: “Meu caro, qual é o motivo para organizar uma defesa ao norte de Washington?”. E o general respondeu que: “Ué, se por acaso, por um fato inusitado ou motivo inesperado, o ataque vier pelo norte, a nossa defesa estará pronta”. Então Lincoln, com seu senso de humor, respondeu: “Então é por isso que os homens têm mamilos. Porque se por acaso, por um fato inusitado ou motivo inesperado, os homens tiverem que amamentar, os mamilos já estão prontos”.

Cá do meu canto, fico observando o que aprendi: tudo o que Deus fez e faz é perfeito; embora sem entender, só me cabe aceitar e agradecer. Muito obrigado.

 


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