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Heitor Freire

O semeador

O SEMEADOR
À medida que cada um começa a buscar a sua verdadeira consciência que se encontra no recôndito de seu coração, passa a sentir uma melancolia, uma saudade de algo indefinível, de algo que perdeu e não consegue definir. E esse sentimento só vai refluir pelo autoconhecimento, quando aos poucos o indivíduo vai se reconectando consigo mesmo. E começa a descobrir que o reino de Deus, de que Jesus tanto falava, já está presente no ser, no coração de cada um. E então recupera a alegria de viver e de sentir o que representa a oportunidade da encarnação, do trabalho que cabe a cada um de nós realizar.
Jesus ensinava por parábolas, cuja elucidação exigia um entendimento acurado para sua perfeita aplicação e uso. Ele não entregava o prato feito. Quem quisesse servir-se do prato tinha que trabalhar intelectualmente para cogitar, raciocinar e encontrar o uso adequado do ensinamento recebido.
Uma das parábolas mais significativas é a parábola do semeador, que se encontra nos evangelhos sinóticos (Mateus, 13, 3-9; Marcos 4,2 e Lucas 8, 5-8). Nessa parábola, Jesus explica como o Evangelho é recebido em diferentes contextos.
Jesus contou a parábola à multidão, mas explicou o seu significado apenas aos seus discípulos, como está registrado em  Mateus 13:3-9:
“Ouçam! O semeador saiu a semear. Enquanto lançava a semente, parte dela caiu à beira do caminho, e as aves vieram e a comeram. Parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda. Mas, quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram, porque não tinham raiz. Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas, de forma que ela não deu fruto. Outra ainda caiu em boa terra, germinou, cresceu e deu boa colheita, a trinta, sessenta e até cem por um”. E acrescentou: “Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!”
Depois Ele explica aos discípulos que a semente é a Palavra de Deus, e que só germinará “a que cair em terra boa, pois é aquele que ouve a Palavra, a compreende e coloca em prática. Esse com certeza dará fruto. Um dá cem, outro, sessenta e outro trinta por um”.
Marcel Domergue (+1922-2015), sacerdote jesuíta francês, comentou as diversas leituras das parábolas de Jesus, publicadas no sítio Croire,  que reproduzimos a seguir:
“(Jesus)… nos faz descobrir algo de essencial: que o Reino de Deus – ou seja, este universo que se constitui da vontade de Deus – será compartilhado plenamente pela humanidade, já está presente e em atividade na criação e em nossa vida diária.
‘O Reino de Deus é semelhante a…’, diz Ele muitas vezes, no início de suas parábolas. Já o estamos vivendo, portanto, ainda que sem perceber, e a parábola nos permite descobri-lo. Na 2ª leitura, Paulo diz que toda a criação está também ‘gemendo, como que em dores do parto’.
Se Jesus fosse dizer diretamente a verdade, estaria imediatamente fazendo-se rejeitar. Qual é esta verdade? Os seus ouvintes imaginavam que ele tivesse vindo para restabelecer a autonomia de Israel… Enquanto ele veio para fazer seus os sofrimentos e a morte de todos, a fim de libertá-los.
Para estes, Jesus terá falado em vão: a Palavra Semente não produzirá nem cem, nem sessenta, nem trinta por uma. Devemos compreender que Cristo dirige-se a cada um de nós e que temos de perguntar: somos que tipo de terreno? E que fruto, até aqui, a sua palavra tem dado em nós?”
Essa é a grande questão que cada um de nós deverá avaliar e responder com nossos atos e não apenas com palavras.
Heitor Rodrigues Freire – Corretor de imóveis e advogado.

À medida que cada um começa a buscar a sua verdadeira consciência que se encontra no recôndito de seu coração, passa a sentir uma melancolia, uma saudade de algo indefinível, de algo que perdeu e não consegue definir. E esse sentimento só vai refluir pelo autoconhecimento, quando aos poucos o indivíduo vai se reconectando consigo mesmo. E começa a descobrir que o reino de Deus, de que Jesus tanto falava, já está presente no ser, no coração de cada um. E então recupera a alegria de viver e de sentir o que representa a oportunidade da encarnação, do trabalho que cabe a cada um de nós realizar.

Jesus ensinava por parábolas, cuja elucidação exigia um entendimento acurado para sua perfeita aplicação e uso. Ele não entregava o prato feito. Quem quisesse servir-se do prato tinha que trabalhar intelectualmente para cogitar, raciocinar e encontrar o uso adequado do ensinamento recebido.

Uma das parábolas mais significativas é a parábola do semeador, que se encontra nos evangelhos sinóticos (Mateus, 13, 3-9; Marcos 4,2 e Lucas 8, 5-8). Nessa parábola, Jesus explica como o Evangelho é recebido em diferentes contextos. 

Jesus contou a parábola à multidão, mas explicou o seu significado apenas aos seus discípulos, como está registrado em  Mateus 13:3-9:”Ouçam! O semeador saiu a semear. Enquanto lançava a semente, parte dela caiu à beira do caminho, e as aves vieram e a comeram. Parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda. Mas, quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram, porque não tinham raiz. Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas, de forma que ela não deu fruto. Outra ainda caiu em boa terra, germinou, cresceu e deu boa colheita, a trinta, sessenta e até cem por um”. E acrescentou: “Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!” 

Depois Ele explica aos discípulos que a semente é a Palavra de Deus, e que só germinará “a que cair em terra boa, pois é aquele que ouve a Palavra, a compreende e coloca em prática. Esse com certeza dará fruto. Um dá cem, outro, sessenta e outro trinta por um”.  

Marcel Domergue (+1922-2015), sacerdote jesuíta francês, comentou as diversas leituras das parábolas de Jesus, publicadas no sítio Croire,  que reproduzimos a seguir:“(Jesus)… nos faz descobrir algo de essencial: que o Reino de Deus – ou seja, este universo que se constitui da vontade de Deus – será compartilhado plenamente pela humanidade, já está presente e em atividade na criação e em nossa vida diária.

‘O Reino de Deus é semelhante a…’, diz Ele muitas vezes, no início de suas parábolas. Já o estamos vivendo, portanto, ainda que sem perceber, e a parábola nos permite descobri-lo. Na 2ª leitura, Paulo diz que toda a criação está também ‘gemendo, como que em dores do parto’.

Se Jesus fosse dizer diretamente a verdade, estaria imediatamente fazendo-se rejeitar. Qual é esta verdade? Os seus ouvintes imaginavam que ele tivesse vindo para restabelecer a autonomia de Israel… Enquanto ele veio para fazer seus os sofrimentos e a morte de todos, a fim de libertá-los.

Para estes, Jesus terá falado em vão: a Palavra Semente não produzirá nem cem, nem sessenta, nem trinta por uma. Devemos compreender que Cristo dirige-se a cada um de nós e que temos de perguntar: somos que tipo de terreno? E que fruto, até aqui, a sua palavra tem dado em nós?”

Essa é a grande questão que cada um de nós deverá avaliar e responder com nossos atos e não apenas com palavras.

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