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Heitor Freire

A Roda Viva da Vida

A vida nos proporciona mutações constantes e circunstâncias que devemos entender, aceitar e mudar, sob a pena de sermos empurrados sem consciência do que somos e do porquê estamos aqui.

Raul Seixas, em sua música Metamorfose Ambulante, definiu com a genialidade que lhe é própria essa questão da mudança constante. Quando começamos a entender que tudo o que nos acontece é resultado de nossas ações e que suas reações são naturais, passamos a compreender que nossa ação consciente é fundamental para mudarmos as situações adversas.

Quando entendermos que tudo passa, que a vida é uma roda viva, com nossas perdas e ganhos, nascimento e morte, recomeço e continuidade, que a inércia não existe, que a alternância é que faz o colorido da vida ser estimulante e desafiador, tudo mudará. Como é bom encarar as situações confiando sempre em Deus e sabendo que não estamos sozinhos, que cabe a cada um fazer e realizar o desenho de sua própria vida.

E nesse movimento incessante, aprendemos a lidar com emoções diversas, um vai e vem de acontecimentos agradáveis e desagradáveis, e que nascemos para escrever a nossa história.

Para ter a vida sob nosso controle, o que nem sempre é possível, é preciso manter e praticar os ensinamentos que recebemos e que não podem ficar só na teoria, mas permanentemente em ação. As situações que consideramos sólidas e nos dão uma aparente estabilidade podem desmoronar a qualquer momento, deixando um vazio profundo e desolador.

A vida não é uma linha reta como gostaríamos, mas uma curva.  Aos poucos, vamos aprendendo que, ao contrário da matemática – que ensina que a menor distância entre dois pontos é uma reta –, às vezes, a menor distância pode ser uma curva.

E assim, vamos aprendendo, buscando entender o que realmente é viver e ser feliz. Não adianta ficar lamentando nossos fracassos, porque isso não ajuda em nada.

Krisnhamurti, no livro Aos Pés do Mestre – na verdade, um livrinho, porque tem poucas páginas, mas é profundo em seus conceitos –, mostra o caminho para a evolução espiritual em quatro etapas: discernimento, desapego, boa conduta e amor. Ele sintetiza de forma simples e verdadeira o caminho para aqueles que se dispuserem a percorrê-lo.

E isso nos mostra que é preciso se entregar com toda a plenitude aos mistérios da vida, sem procurar respostas e sem fazer tantas perguntas, apenas aprender a ficar confortável para aproveitar todos os movimentos dessa roda viva. E, assim, desfrutar dessa viagem maravilhosa e estimulante, sabendo que no teatro da vida não existe ensaio, como já disse com muita propriedade Charles Chaplin.

Chico Buarque também nos mostra na letra da canção Roda Viva como as situações da vida são mutáveis. Essa música é considerada pela revista Rolling Stone a vigésima sexta maior música brasileira de todos os tempos:

“…Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração…”

De minha parte, aprendi que se seguirmos a inspiração divina, com sinceridade de propósitos e humildade nas atitudes, contribuiremos para a nossa evolução.

Heitor Rodrigues Freire – Corretor de imóveis e advogado.

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