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Heitor Freire

Da Paciência

Penso que a saúde mental, principalmente nestes momentos de estresse extremo, é um fator que deve merecer atenção especial de cada um, pois dela decorre o nosso bem estar, nossa integridade emocional e satisfação com a vida, influenciando o modo como pensamos, sentimos e agimos.

A saúde mental nos proporciona equilíbrio espiritual e contribui para o nosso desenvolvimento pessoal, além de despertar a consciência.

Dentro desse contexto, para atingirmos esse estado ideal aprendi que a paciência exerce um papel preponderante. É uma das virtudes capitais. As outras são: humildade, generosidade, castidade, temperança, caridade e diligência.

A paciência é uma virtude que consiste em suportar males, dissabores e incômodos sem revolta ou queixa, com tolerância e perseverança em realizar ou continuar um trabalho, apesar das dificuldades.

Das sete virtudes, a paciência tem um destaque especial.

Paciência é a característica de manter o controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo. Consiste basicamente na tolerância a erros ou fatos indesejados. É a capacidade de suportar incômodos e dificuldades de toda a ordem, de qualquer hora ou em qualquer lugar.

A paciência, é o “como”. Como agir, como ser. Buscar o equilíbrio.
O significado de paciência na Bíblia envolve os conceitos de resistência, perseverança, bondade e condescendência.

Paciência e perseverança têm o efeito mágico de fazer as dificuldades desaparecerem e os obstáculos sumirem. A paciência é a melhor arma para suportar tudo aquilo que não depende de você. Não há lugar para a sabedoria onde não há paciência. Com esperança e paciência, qualquer caminho fica mais fácil de percorrer. A paciência é a arte de saber esperar.

Paciência decorre, em sua essência, de duas palavras: paz e ciência.

Para que se possa exercê-la, é indispensável a paz. Sem paz, não há equilíbrio, que permite o discernimento para que se possa agir, com ciência = conhecimento, sabedoria.

Não dá para falar de paciência, sem citar Jó, personagem bíblico cujo comportamento retrata com muita fidelidade a consciência de que os infortúnios são passageiros e que, na realidade, nada possuímos, tudo recebemos de Deus e tudo volta para Ele.

A Bíblia, assim identifica Jó, 1:1: “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó. Era homem íntegro e reto, que temia a Deus e se desviava do mal”. Era um homem muito rico, com saúde, família e grandes posses. E o seu livro ilustra como ele soube encarar a riqueza e a desgraça que aconteceu a seguir em sua vida, e como, por seu merecimento, conseguiu reaver tudo e permanecer fiel: “O Senhor me deu, o Senhor me tirou”.

Jó, ao tomar conhecimento de todas as desgraças, levantou-se, rasgou seu manto, raspou a cabeça, lançou-se por terra e adorou a Deus, dizendo: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu retornarei para lá. O Senhor deu, o Senhor tirou, bendito seja o nome do Senhor.”

O livro de Jó contém o relato de um homem íntegro que permaneceu fiel mesmo em meio a duras provações. A experiência de Jó nos convida a refletir sobre perguntas difíceis a respeito das causas do sofrimento, a fragilidade da existência humana e os motivos para crer em Deus mesmo quando a vida parece injusta.

Assim, fica registrado o exemplo dele para nos orientarmos nos momentos difíceis que muitos estão vivendo.

Heitor Rodrigues Freire – Corretor de imóveis e advogado.

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